Bem-vindo ao futuro – o futuro da moda!

The Next Black, AEG.

The Next Black, AEG.

Depois de um breve interregno, para felizes festas, e antes de mergulhar com pleno fôlego no espírito da primavera, tempo para espreitar o futuro. O futuro da moda e do vestir. Para algumas empresas  o futuro é já hoje, como mostra o documentário “The Next Black – A film about the Future of Clothing.

Studio XO, photo © The Next Black, AEG.

Studio XO, photo © The Next Black, AEG.

O documentário de 45 minutos, produzido pela AEG e pela produtora House of Radon, foi elaborado para explorar desenvolvimentos do momento que permitem antever o que a roupa pode tornar-se no futuro. Interroga empresas inovadoras acerca de questões centrais ao consumo das massas: cuidados e questões de qualidade; novas tecnologias; vestir inteligente, organico e tradicional. A resposta é dada por empresas sustentáveis, onde tecnologia se encontra com a moda para criar efeitos  surpreendentes ou para desenvolver peças que enviam dados em tempo real; que produzem materias primas a partir de organismos vivos ou que recorrem a métodos de tingimento que poupam água.

Independentemente da sua opinião pessoal sobre o futuro do vestir, espero que o presente lhe reserve o melhor ano & que seja feliz durante os 366 dias de 2016!

 

 

The Fashion DisQuiet: a moda e o desassossego

Coco Inside Chanel

Era uma vez… Assim se iniciam todas as histórias e assim The DisQuiet dá aquele que, esperamos, seja o primeiro de muitos passos! O mote vem da tradição, que aparentemente nunca é o que foi, mas é nesta que sempre fundamos as nossas referências. A seu tempo, também essa tradição foi cheia de incertezas e insondável. Passo a passo, veio trazer-nos uma base sólida. Partilhamos uma pequena história da Coco Chanel. Poderíamos partilhar outras, de tão semelhantes que são entre si para a moda e estilo europeus. A história que cada um de nós vai desenhando, que faz de nós humanos e que nos solidifica a cultura. 

A história, sempre repetida, do discreto herói que em determinado momento se releva por um feito extraordinário e quase se eleva à categoria de divindade. E por isso a história da moda é também a história do desassossego dos seus protagonistas e da produção iluminada de objetos de desejo. Essa é a história que aqui queremos contar à medida que acontece. Um presente, com recuos pontuais a um passado que o explica, tentando já daí intuir o futuro.

The DisQuiet dedica-se a essa totalidade inconformada, que não se espartilha pelo vestir, mas pelo ser e pelo estar, pelo sentido do nosso espaço, com lugar à busca incessante de renovação. Porque “sermos apenas do nosso tempo, é estar já ultrapassados”, citando Inonesco. E isto explica também o que a moda é, uma espécie de teatro do absurdo, em que belo e feio se fundem. Em que o banal é também extraordinário e cuja explicação mais coerente talvez resida num mundo imaginário, nas leis que regulam as exceções e no mundo da patafísica.

Esse absurdo, mais não é do que a história da solidão de cada criador e da sua insegurança. Do desassossego permanente que procura de tornar singular cada banalidade. O absurdo de tornar insólito e nunca visto o que já tão visto foi.

É esta a comunhão entre pavor e maravilha que se transforma na permanente estranheza do mundo que a moda é: “uma variação intolerável do horror” que nos faz correr a cada dia para a renovar, como disse Wilde.

São as histórias desse efémero império, na sua inquietude permanente, que aqui queremos ir contado.

Mary & The DisQuiet